História do Gato Doméstico
Você sabia que os gatos provavelmente tiveram o mesmo ancestral do cachorro? Acredita-se que o Miacis (imagem ao lado), um pequeno animal que vivia em árvores, há muito extinto, foi o antepassado do gato. Este seria também o ancestral do urso, da doninha, do guaxinim, da raposa e do coiote. Viveu há cerca de 40 milhões de anos, tinha o corpo comprido, um rabo maior do que o corpo e pernas curtas. Provavelmente também tinha unhas retráteis como o gato.
Há 10 milhões de anos atrás surgiu o Dinictis, mais parecido com o gato atual.
Os Felídeos ou felinos, são os mais especializados, mais numerosos e mais importantes dos carnívoros. A família dos Felídeos, espalhada sobre quase toda a área de distribuição da ordem dos carnívoros, compreende 3 gêneros: Acinonyx (Cheeta), Felis (Puma, Jaguatirica, Gatos domésticos e todos de pequeno ou médio porte) e Leo (Leão, Tigre, Pantera, Onça), com 37 espécies no conjunto.
No Antigo Egito os gatos eram adorados devido a sua associação com a Deusa da Lua, Pasht, de cujo nome acredita-se ser derivada a palavra "puss", que significa "bichano" em inglês. A Deusa Bast, que representa o sol, também foi identificada com gatos, e é retratada com a cabeça de um gato. Quando os gatos morriam, eram mumificados e seus donos mostravam seus sentimentos raspando as sobrancelhas em sinal de luto.
Hoje, os gatos da raça Absínio, são semelhantes ao gatos do Antigo Egito. Estátuas, desenhos e pinturas em tumbas, revelam que os gatos nessa época, eram de pelo curto, corpo esguio e pernas longas. Muitos consideram que este foi o ancestral da maioria das raças de gatos domésticos conhecidas atualmente.
Era proibida a saída dos gatos do Egito, mas o povo Fenício parece ter os levado em suas embarcações comerciais, para a Europa, por volta do ano 900 a.C., chegando à Itália antes da Era Cristã.
Os romanos, quando invadiram e dominaram o Egito, adotaram o culto a Deusa Bast e seus gatos foram também perpetuados em estátuas, murais e mosaicos. Tinham grande apreciação pelos gatos, e os retratavam como símbolo de liberdade.
Com as invasões Romanas, os gatos foram seguindo seus exércitos e se introduzindo em toda a Europa. Dessa forma os gatos chegaram à Inglaterra, portanto, o gato inglês tem como base o gato egípcio, mas gatos ingleses selvagens também foram domesticados.
O Príncipe de Gales, promulgou no século X, leis protegendo os gatos, estabelecendo valores de venda e garantias de compra. Além disso, a pena para quem matasse um gato era paga com trigo: o ga to morto era segurado pela ponta da cauda e sobre ele era jogado o trigo, até encobrir a ponta da cauda. Os gatos, durante muito tempo, foram bem aceitos pelo homem como animais domésticos, por sua beleza e grande habilidade em caçar ratos. Exatamente por sua habilidade como caçador de ratos, no século XI auxiliavam no combate a estes vetores, transmissores da Peste Bulbônica.
Na Idade Média, os gatos enfrentariam seus piores tempos. Surgiu um culto a uma deusa pagã - Freya - envolvendo gatos. Esse culto foi considerado heresia e membros desta seita eram punidos severamente com torturas e morte. Como os gatos faziam parte do culto, foram acusados de serem demoníacos, principalmente os de cor preta. Isso custou a vida de milhares de gatos, que foram cruelmente perseguidos, capturados e jogados à fogueira, havendo a maior destruição de gatos de toda a história.
Uma pessoa que fosse vista ajudando um gato, principalmente gatos pretos, estava sujeita a ser denunciada como bruxa e a sofrer tortura e morte.
As pessoas acusadas de bruxaria e seus gatos, eram logo responsabilizadas por qualquer catástrofe que acontecesse. Esta onda de perseguição criou diversas superstições que persistem até hoje, como: cruzar com gato preto causa azar. Felizmente este preconceito diminuiu e no século XIX o gato já era bem-visto.
O índio norte-americano, não parece ter domesticado os felinos selvagens presentes no continente, como o lince, puma e ocelote. A domesticação de felinos só ocorreu quando os imigrantes europeus trouxeram gatos da Europa, para que ajudassem a combater os ratos e camundongos, tanto no campo quanto na cidade.
Hoje, os gatos são muito populares como um ótimo animal de companhia. Continuam também sendo utilizados como um meio barato de se controlar a população de ratos.
Os gatos foram cruelmente perseguidos na Idade Média. Eram considerados sinal de má sorte. Gatos pretos em especial.
Os gatos domésticossão primos distantes de outros felinos e guardam características em comum com os grandes felinos selvagens, como caminhar silenciosamente sobre as almofadas plantares, a técnica de caçar e as unhas retráteis, com exceção do Guepardo que tem as unhas e patas apropriadas para a corrida, chegando a alcançar 100Km por hora numa corrida de curta distância.
Características dos gatos
Os gatos pertencem a ordem carnívora, na qual os animais tem dentes cortantes e salientes, e consomem carne. Foram classificados pelos biólogos como carnívoros devido aos aos seus dentes, mas existem outras características comuns a todos os carnívoros como o corpo peludo e com garras nas patas.
Os gatos são muito silenciosos. Esta é uma herança de seus antepassados que fazem deles caçadores ainda melhores. Isto porque suas patas têm uma densa pelagem, abafando os ruídos que elas produzem contra o chão.
Pelos abafam o ruído das patas permitindo aos gatos se moverem em silêncio.
Embora o homem seja muito maior do que o gato doméstico, os gatos tem um número bem maior de ossos: 230, contra os 206 do homem. Muitos destes estão localizados na cauda.
Higiene
Gatos geralmente são muito limpos. Tem o bom hábito de se lamber. Sua língua é especialmente adaptada para a limpeza.
A Cauda
A cauda do gato pode revelar muito sobre como o gato está se sentindo.
Os gatos tem comportamentos diferentes com a sua cauda, de acordo com o espécime ou raça. Mesmo assim, de maneira geral, as caudas nos dizem muito sobre como está o "humor" deles.
Quando levantada mostra orgulho e contentamento do gato. Quando estendida e ereta, mostra que está espreitando um ataque. Enrolada diz que o gato está espantado ou aflito. E diferentemente dos cachorros, quando agita a cauda de um lado para o outro, pode demontrar que o gato está bravo ou nervoso.
Expectativa de vida
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente entre 15 e 20 anos, mas o exemplar mais velho já registrado viveu até os 36 anos. Os gatos domésticos têm sua expectativa de vida aumentada quando não têm permissão para vagar pelas ruas, o que reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes, bem como quando são castrados, o que também reduz os risco de incidência de câncer de testículos e ovários. Gatos selvagens vivendo em ambientes urbanos têm expecatativa de vida de 2 anos ou menos.
O envelhecimento dos gatos
Embora os gatos tenham uma expectativa de vida um pouco maior do que a dos cães, com o passar dos anos vão ficando mais vulneráveis aos males de diversas doenças.
Como nós humanos, podem apresentar fragilidade nos ossos (osteoporose) e até desenvolverem tumores e cânceres. Normalmente, os gatos mais idosos apresentam letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como rins, fígado e coração, podendo levar o animal ao óbito.
Os gatos que vivem sob bons cuidados podem viver mais de 20 anos. Segundo oGuinness Book, o gato que mais viveu foi Granpa, de 34 anos. Para que atinjam tal idade, é recomendável que o animal faça consultas veterinárias e exames de saúde periódicos. A partir dos oito anos deve-se estar mais atento a saúde do gato. É importante a prática da higiene oral.
A higiene bucal pode ser um fator decisivo para garantir a longevidade do animal.
Olhos e ouvidos também devem ser observados em gatos idosos. Se o gato estiver com a sua visão deficiente, deve-se evitar a mudança de móveis da casa e principalmente a localização de seus pertences, como caixa de areia, comedouro e a cama. Quanto à alimentação, devemos estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passa a ter menos apetite, fragilizando ainda mais o animal. Existem no mercado rações especiais para gatos idosos que podem ser úteis nesta fase.
Com o passar dos anos os gatos vão diminuindo sua higiene com os pêlos. Por este motivo, a escovação diária vai se tornando cada vez mais importante.
Os gatos mais velhos passam também a brincar menos e portanto praticam menos exercícios físicos, ficando então sujeitos a artrites e outros males.
Porte
Os gatos geralmente pesam entre 2.5 e 7 kg, embora alguns exemplares podem exceder 11 kg. Existem casos de gatos com 23 kg devido à superalimentação.
Ronronar
Quando acariciamos um gato dócil, ele normalmente começa a emitir um agradável ruído, como um "motorzinho". A verdade é que este hábito ainda não foi totalmente compreendido pelos biólogos.
Normalmente os gatos adoram carinho. O gesto além de relaxar seu animal, é importante para estabelecer uma boa relação entre vocês.
No entanto, há quem diga que as falsas cordas vocais nada têm a ver com o ronronar e que é a sensação de prazer, que aumenta a turbulência no sistema circulatório do gato, que está na origem do fenômeno. Esta turbulência, segundo alguns cientistas, é maior onde o sangue flui numa veia excepcionalmente larga, situada no peito do animal. Quando os músculos à volta dessa veia se contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo diafragma, antes de subirem pela traquéia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Para os gatinhos recém-nascidos, que ainda não ouvem bem, sentirem as tranqüilizantes vibrações do corpo da mãe é provavelmente mais importante que o ronronar.
Não são só os gatos domésticos que ronronam: muitos felinos selvagens de pequeno porte, como o lince e a jaguatirica, também podem comunicar prazer dessa maneira. Contudo, os grandes felinos, como os tigres e os jaguares, não têm essa característica.
Sentidos:
Muitos zoologistas acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos.
A visão apurada, audição e olfato fortíssimos, paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, fazem do gato um mestre nos sentidos.
Testes indicam que a visão noturna dos gatos é superior até mesmo dos humanos. Quando há muita luminosidade, a íris em formato de fenda fecham-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade 7 vezes menor que a dos humanos.
Os gatos têm, em média, campo visual estimado em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na porção frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão.
O campo de visão depende mormente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente os os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos.
Os gatos, como os cães, possuem otapetum lucidum , uma membrana dentro do globo ocular que permite a visão noturna.
Com pouca luz, os gatos tem uma visão superior aos humanos. No ambiente selvagem, caçam mais pela noite.
Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação (que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa). Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença.
O seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa freqüencia (com pequena vantagem para os humanos), mas os gatos têm muita vantagem na escala de alta frequência, onde superam até mesmo os cães. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7.5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância.
Os gatos podem ouvir até duas oitavas acima dos humanos e meia oitava além dos cães. Quando detectam um som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o ruído; as orelhas também podem girar independentemente uma da outra para precisar a fonte de ruído.
Não são capazes de saborear o doce, por falta de receptores desse sabor. Alguns cientistas acreditam que isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente alimentos ricos em proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
O olfato de um gato doméstico é 14 vezes mais forte que o dos humanos. Eles possuem duas vezes mais células receptoras do que os humanos, significando que eles podem sentir odores os quais um ser humano sequer registra. Além disso, eles possuem um órgão sensorial no teto da boca chamado vomeronasal, ou òrgão de Jacobson. Quando o gato franze a face, baixando a mandíbula e expondo parte da língua, ele está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal.
Os gatos geralmente têm uma dúzia de bigodes, disposto em quatro fileiras sobre os lábios superiores, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx (gatos quase sem pêlos) podem ter bigodes normais, curtos ou sequer apresentá-los.
Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem nem mesmo vê-las. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.
Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as pupilas integralmente, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pêlos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
O posicionamento dos bigodes é bom indicador do humor do felino. Apontados para frente indicam curiosidade e tranquilidade, colados ao rosto indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva.
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